Como a pandemia ajudou a criar bactérias super resistentes a medicamentos

A automedicação é um problema grave e crônico no Brasil, ao mesmo tempo em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem alertando há anos que até 2050 cerca de 10 milhões de pessoas deveriam morrer anualmente em decorrência de doenças resistentes aos medicamentos.


As superbactérias são um problema antigo que vem sendo estudado por pesquisadores, e conforme dados da Sociedade Espanhola de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica, as previsões precisam ser revistas por conta da pandemia de coronavírus.


Mas como a pandemia ajudou a criar bactérias super resistentes a medicamentos? É sobre isso que conversaremos hoje. Confira!

Como surgem bactérias super resistentes?


Esse é um mecanismo já conhecido da medicina, mas que continua sendo mal compreendido pela sociedade em geral.


O fato é que no organismo temos bactérias de todos os tipos, e em situações normais, o sistema imunológico é capaz de combatê-las com eficiência, ou permitir que aquelas benéficas se proliferam em níveis saudáveis.


Ao tomar antibiótico sem necessidade, ignorar os horários corretos de administração ou ainda interromper o tratamento antes da hora, é como se você vacinasse as bactérias.


Elas entram em contato com uma pequena dose de antibiótico e acabam criando resistência. Se a dose fosse correta, teria acabado com esse microorganismo. Assim, essas bactérias super resistentes se proliferam e o ambiente hospitalar é o mais propício para isso.


A pandemia ajuda as superbactérias


Atualmente enfrentamos uma pandemia causada por vírus, e via de regra, antibióticos não são capazes de combatê-los. No entanto, conforme dados publicados pelo jornal El País, cerca de 80% dos pacientes internados com coronavírus no Reino Unido receberam antibióticos, sendo que apenas 15% deles desenvolveram algum quadro de infecção bacteriana.


Ao mesmo tempo, de acordo com estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 9 países europeus, entre 79% e 96% das pessoas podem ter tomado antibióticos acreditando que isso as protegeria de pegar o vírus Sars-Cov-2.


Segundo o Dr. Fabio Soldani do Azienda Ospedaliera Universitaria Integrata hospital, ouvido pela OMS, no início da pandemia havia muita dúvida sobre a doença, então os protocolos envolviam o uso de antibióticos nos pacientes. Atualmente com maior conhecimento sobre a COVID, esses medicamentos são destinados apenas aos pacientes com casos claros de coinfecção bacteriana.


São incontáveis os casos de infecção bacteriana com micro-organismos super resistentes durante esse período. Para o Dr. Soldani, as principais infecções acontecem pelas bactérias Pseudomonas e Enterococci, ambas com alto grau de resistência.


E o Brasil nesse cenário?


Conforme afirma a OMS, em 2019, cerca de 230 mil pessoas morreram de tuberculose super resistente, justamente pela falta de resposta aos antibióticos. Ainda é cedo para calcular os efeitos da pandemia após o período.

Porém, não podemos deixar de notar que, segundo a ANVISA, as vendas de Azitromicina cresceram aproximadamente 105% no primeiro ano da pandemia. Ou seja, mais pessoas estão consumindo um antibiótico sem a real necessidade, apenas na tentativa de se proteger da Covid.


Para reverter esse quadro de superbactérias com potencial de gerar uma nova pandemia, é preciso analisar os números com cuidado e estar atento aos sintomas de cada paciente. Acesse a nossa página para mais informações.

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